domingo, 11 de novembro de 2018

O Som de uma Mão.....





O mestre do templo de Kennin, Morukai, tinha um pupilo de nome Toyo. Toyo era muito jovem quando chegou ao templo. Mas, ao ver os discípulos mais velhos visitarem a sala do mestre toda manhã e toda tarde para receber ensinamento zen ou pedir orientação pessoal, ele quis fazer a mesma coisa. Todos os discípulos eram premiados com koans, para ajudá-los a impedir que sua mente se desviasse para coisas inúteis. Toyo estava ansioso e também queria fazer zazen.
"Espere um pouco, até ficar mais velho", disse o mestre. "Você ainda é muito jovem para tais problemas".
Mas o garoto insistiu tanto, que o professor acabou concordando.
Então, todas as noites, na hora certa, Toyo ia até a porta da sala de Morukai. Ele tocava o gongo para anunciar sua presença, curvava-se respeitosamente três vezes do lado de fora da porta e ia sentar-se diante do mestre, em um silêncio reverencioso.
"Você consegue ouvir o som de duas mãos quando, juntas, batem palmas", disse Morukai. "Agora, mostre-me o som de uma mão."
Toyo se curvou e foi para o seu quarto pensar no problema. Da janela, ele podia ouvir a música das gueixas. "Ah, acho que já sei!", falou consigo mesmo.
Na noite seguinte, quando o professor lhe pediu para descrever o som de uma mão, Toyo começou a tocar a música das gueixas.
"Não, não", disse Morukai. "Jamais será isso. Esse não é o som de uma mão. Você não conseguiu". 
Pensando que tal música pudesse estar interrompendo seu pensamento, Toyo mudou seu alojamento para um lugar tranquilo. E meditou outra vez. "Qual pode ser o som de uma mão?", pensou. Então, ele ouviu o som de água pingando. "Já sei", Toyo supôs. "Deve ser isso."
Quando se encontrou novamente diante do professor, Toyo imitou o som de água pingando.
"O que é isso?", disse Morukai desta vez. "Isso não é nada além do som de água pingando. Não é o som de uma mão. Tente de novo."
Toyo meditou em vão para ouvir o som de uma mão. Ele ouviu o suspiro do vento. Mas o som foi rejeitado.
Ouviu o choro de uma coruja. Esse também foi recusado.
O som de uma mão também não estava com os gafanhotos.
Semana após semana, Toyo visitou Morukai com diferentes sons. Todos estavam errados. Durante anos, ele refletiu sobre o que poderia ser o som de uma mão.
Por fim, Toyo se justificou para Morukai: "Não consigo obter mais sons. Cheguei apenas ao som sem som."
"Ah", disse o mestre, "finalmente você alcançou a verdadeira meditação."
De repente, Toyo entendeu que tinha ouvido o som de uma mão. 😉

(Fonte: Bem-vindo à sabedoria do mundo: o que as grandes religiões nos ensinam para viver melhor / Joan Chittister; tradução Lilian Jenkino. / Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008).

sábado, 27 de outubro de 2018

Hamsá ou Mão de Fátima.



Olá! Você já viu ou ouviu falar do Hamsá ou Mão de Fátima?
A origem da palavra Hamsá deriva do árabe: خمسة, chamsa, que significa, literalmente “cinco”, alusivo aos cinco dedos da mão. Este símbolo, é representado por uma mão plana com cinco dedos estendidos.
O talismã Hamsá, já era usado, na Antiguidade Oriental, como símbolo de proteção, antes mesmo de ser utilizado no no Islamismo e no Judaísmo. Ele foi um símbolo fenício, associado a Tanit, deusa-protetora de Cartago, cuja mão afastava o mal. Depois, o símbolo foi adotado pela cultura árabe e pelos judeus.
Na atualidade, o símbolo Hamsá, usado tanto por judeus, como por islâmicos, tem sido utilizado pelos defensores da paz no Oriente Médio, como uma forma de mobilização pelo fim dos conflitos, nessa região.O sentido religioso do símbolo Hamsá está no seu significado: uma mão que pára, impede o mal e transmite poder, força e proteção, atraindo o bem.
O símbolo Hamsá é também conhecido como Mão de Fátima, e recebeu essa denominação em alusão à filha mais nova do profeta Maomé com sua esposa Cadija. Para os seguidores do Islamismo Fátima era uma mulher santificada.
Fátima (614-632), nasceu em Meca e foi a única filha a dar herdeiros ao seu pai, Maomé, assegurando a descendência do profeta, fato importante para os seguidores de Maomé, líder espiritual do Islamismo.
Outro fator marcante sobre Fátima é que ela cuidou de seu pai Maomé, até sua morte.
Antes de sua morte, Maomé disse à sua filha Fátima, que tinha recebido a visita do anjo Gabriel, que lhe revelou que ela, quando morresse, iria se encontrar com ele, no Reino Celestial.
Fátima é considerada a "Senhora das Mulheres do Paraíso".

O símbolo Hamsá, também, é conhecido como Mão de Miriam porque, para os judeus, sua associação tem relação com Miriam, irmã de Moisés.
Na tradição católica o símbolo ficou conhecido como Mano Pentea ou Mão da Benção, utilizado nas casas como símbolo religioso.
Mesmo sua simbologia sendo associada a ícones do Antigo Testamento da Bíblia, na atualidade não é um símbolo muito utilizado pelos católicos, devido sua representação, ter se intensificado como amuleto da sorte, o que não condiz com os preceitos do catolicismo.
O símbolo Hamsá, também, aparece no Hinduímo e no Budismo e recebe o nome de Abhaya Mudra, denominação de uma mudra (postura sagrada da mão).
A mão direita estendida para cima está relacionada à elevação espiritual e à reverência,
ao Divino, que representa fé e força espiritual.
Abhaya em sânscrito significa "destemor"(falta de medo).
É um mudra (postura de mão) utilizado pelos hindus e budistas.
Este mudra aparece na representação de Shiva Nataraja (deus hindu).
Para fazer esse mudra, deve-se colocar a mão esquerda estendida com a palma para dentro e apontando para o chão à frente do peito, e a a mão direita estendida com a palma para fora e apontando para o teto à frente do peito .
Conheça os significados do símbolo Hamsá conforme o posicionamento da mão, para cima e para baixo:
O posicionamento da mão para cima está relacionado com o céu e com a isso tudo associado (espiritual);
E a mão para baixo está associada à terra e a tudo que tem relação com ela (físico).

HAMSÁ COM OLHO GREGO NO CENTRO - SIGNIFICADO

O olho grego, também, é uma simbologia de origem árabe e que foi assimilada pelos antigos gregos.
A representação do olho grego no centro da palma de uma mão simboliza o olho que tudo vê e está associado à Onisciência da Fonte Divina e do Criador, reforçando a proteção e o significado espiritual desse símbolo.


Fonte: